Portal do Investimento

Bem-vindo, Investidor

Complete seu cadastro e
acesse ferramentas exclusivas

Agora o ano começou? O que esperar para os investimentos em 2020?

por Augusto Andréa

Um antigo ditado diz que o ano começa só depois do carnaval. Se de fato isso é verdade, ele começou bem agitado! Que tal uma queda de 7% no Ibovespa na quarta-feira de cinzas? O primeiro pregão pós-carnaval acaba acumulando o desempenho esperado dos dias em que a bolsa estava fechada por conta do feriado, mas, ainda assim, é um variação que não estamos acostumados a ver. Vale comentar que essa queda advém da menor capacidade de contingência do Coronavírus, que segue se espalhando ao redor do mundo e traz uma incerteza sobre a vida das pessoas e a economia global.

O que devemos esperar em 2020 daqui para a frente então?

É muito importante entendermos os diferentes cenários para que, dessa forma, seja possível compreender as oscilações dos nossos próprios investimentos e dos ativos que mexem com o nosso dia-a-dia.

Renda Variável (Ações)

Essa classe de ativos não tem esse nome à toa. Ações que costumam ter como índice de referência o Ibovespa (que reúne as principais ações brasileiras) podem ter um ano bem volátil em 2020. Com o Coronavírus afetando o primeiro semestre (pelo menos) e as eleições americanas no segundo semestre, seria surpreendente se tivéssemos daqui para a frente um ano calmo.

Sem contar que estamos chegando a quase 12 meses após a primeira inversão da curva de juros nos EUA, o que historicamente trouxe recessão para os EUA. (Veja mais no artigo: https://portaldoinvestimento.com.br/artigos/o-investimento-da-vez/a-curva-de-juros-inverteu-nos-eua-recessao-a-vista)

Para o caso brasileiro, interpreto que boa parte da alta ocorreu por conta da queda da taxa Selic, fazendo com que ainda possa haver espaço para alta através de ganho de produtividade e melhoria da economia brasileira.

Ou seja, se o cenário internacional pode ser mais desafiador que o cenário interno, leve em consideração o pior dos casos, dado que uma redução do crescimento mundial certamente afetaria o crescimento da economia brasileira.

Como se posicionar então? Para quem investe em ações, o horizonte de investimento deve ser de pelo menos 5 anos à frente. Isso quer dizer que os momentos de queda não devem fazer você se desesperar. Inclusive, nesses momentos, oportunidades de compra podem aparecer. 

A diminuição da alocação de renda variável só deve ocorrer se você enxergar uma mudança de cenário para os próximos anos.

Renda Fixa

A taxa Selic atingiu seu piso histórico de 4,25% a.a. e o Banco Central deu indícios de que deve interromper o movimento de queda, pelo menos por enquanto.

Essa taxa neste patamar ajudou a bolsa brasileira a ter uma ótima rentabilidade nos últimos anos (como comentei anteriormente). Uma população acostumada a uma renda fixa que rendia acima de 10% ao ano teve que começar a correr mais riscos, migrando parte do capital para a renda variável.

Como se posicionar então? O cenário mudou completamente e os números de Selic acima de dois dígitos podem nunca mais acontecer. Isso quer dizer que você tem que se acostumar com essa rentabilidade mais baixa mesmo nesse tipo de ativo.

Esse tipo de investimento dentro da alocação é ótimo para diminuir o risco da carteira e suavizar os movimentos. Esqueça ganho de capital com esse instrumento e entenda que o valor alocado em renda fixa é para a preservação de capital e objetivos de curto prazo.

Dólar e Ouro

Esses dois ativos são conhecidos por serem utilizados como proteção da carteira de investimentos. Os investidores costumam montar posição em moedas fortes (como libra, franco suíço e dólar), assim como para o ouro, quando querem montar algum tipo de proteção para o seu portfólio. Nos últimos anos, com o aumento da incerteza, vemos realmente uma valorização do dólar diante das outras moedas e também do ouro.

Como se posicionar então? O momento de incerteza em 2020 ainda prevalece e esses ativos podem ter maior valorização se houver um aprofundamento do surto de Coronavírus ou aumento de alguma incerteza. No entanto, se os mercados se tranquilizarem, esses mesmos ativos podem se desvalorizar. Dessa forma, entendo que a alocação em dólar e ouro visa mais a proteção do que ganho de capital, neste momento.

O desafio nos investimentos sempre vai existir e a variação dos ativos pode ser uma grande problemática para alguns investidores no curto prazo. Para contornar essas questões, com humildade para saber que nem sempre acertaremos o timing da próxima recessão, pense em diversificação e ganho de capital para o longo prazo. Com esse tipo de visualização, os ruídos de curto prazo incomodarão bem menos.

Descubra os melhores objetivos para seu perfil.

Augusto Andréa

Augusto Andréa

Mestre em economia pela UFRJ com graduação pela PUC-Rio e MBA em Gestão de Investimentos.