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Como investir no dólar?

por Augusto Andréa

Muitas pessoas começaram a perguntar sobre as possibilidades de se investir na moeda americana ultimamente. Grande parte dessa curiosidade acontece no momento em que estamos passando por um amadurecimento dos investimentos no Brasil, junto a um cenário de incerteza em relação à política fiscal brasileira. Não é nenhuma surpresa que a dívida pública bruta/PIB está muito próxima dos 100% e a desconfiança em relação à capacidade de pagamento da dívida pública do país contribuiu para vermos um dólar acima de R$5,80.

Uma forma muito tradicional de as pessoas investirem na moeda americana é comprando o papel-moeda diretamente das casas de câmbio. Essa maneira acaba não sendo tão eficiente porque o dólar que as pessoas físicas têm acesso é o dólar turismo, que costuma ter uma cotação acima da cotação do dólar comercial. 

Por exemplo: no dia 11/11/2020, enquanto o dólar comercial girava em torno de R$5,40, o dólar turismo era cotado em R$5,60, ou seja, pagava-se uma diferença significativa acima do dólar comercial. E, caso você tentasse vender o dólar, os preços neste dia estavam girando em torno de R$5,30. A diferença do preço do dólar turismo – compra para o dólar turismo – venda era de R$0,30! Isso quer dizer que, para esse investimento valer a pena, o dólar teria que se valorizar muito e, ainda assim, na hora de vender, você estaria vendendo com o preço abaixo do dólar comercial.

Além dessas questões comentadas, existe um IOF de 1,1% sobre a operação de câmbio, que torna o processo ainda mais oneroso.

QUAIS SÃO AS MELHORES ALTERNATIVAS ENTÃO?

Fundo Cambial

Uma alternativa mais simples e que ficou cada vez mais democrática ao longo dos últimos anos são os fundos de investimento cambiais. Esse tipo de fundo tem que investir, pelo menos, 80% do patrimônio em ativos expostos às oscilações de moedas estrangeiras. Os outros 20% podem ser aplicados em títulos de renda fixa, caso o gestor entenda que esta é a melhor alternativa para um determinado momento. Se você não quiser a interferência ativa de um gestor, o ideal é colocar em um fundo cambial passivo, que aplique 100% do capital destinado à oscilação da moeda.

Os fundos cambiais podem ser de uma moeda específica ou de uma cesta de moedas. Apesar de a maioria dos fundos cambiais ter um direcionamento exclusivo para o dólar americano, é possível encontrar outras opções referentes a outras moedas.

A taxa de administração dos fundos cambiais tem caído consideravelmente, além das alternativas de fundos cambiais, que são cada vez maiores. A maioria dos fundos tem taxas que variam entre 0,5% e 1,0% ao ano. Os valores de entrada podem ser bem baixos. Existem opções de fundos em que é possível entrar a partir de R$100,00.

Mercado Futuro de Dólar

Essa alternativa é sugerida para pessoas com mais conhecimento em operações em bolsa de valores, mas nada que seja muito difícil de se aprender.

Nesse mercado, existe a possibilidade de se negociar qual será o valor do preço do dólar comercial em um determinado vencimento, que costuma ser mensal. É possível comprar a quantidade de contratos que seja mais adequada para o investidor. E o mais interessante é que você não precisa pagar um valor pelo contrato, basta arcar com a movimentação do preço, se ele for contra você.

Por exemplo: quando você opera um minicontrato de dólar, é como se tivesse adotado uma posição em cima de US$10.000,00, mas não é necessário ter todo esse valor em conta para operar o contrato. Na verdade, basta você ter uma pequena parcela do valor, que seria uma garantia para a bolsa (B3) ver que você tem capacidade de pagamento caso o preço ande contra a sua posição. Ou seja, se você comprou um minicontrato de dólar futuro por R$5,40 e ele se valorizou para R$5,50, você teve um ganho de R$0,10, que equivaleria a R$1.000,00 de lucro por minicontrato de dólar. Caso contrário, se o dólar tivesse caído para R$5,30, você teria tido uma perda de R$0,10, que, nesse tamanho de contrato, equivaleria a R$1.000,00 de prejuízo.

A dinâmica citada é importante para você entender como esse mercado futuro funciona. É claro que existem algumas questões operacionais a se aprender, mas, em um primeiro momento, basta contar com a ajuda de um assessor de investimentos.

Descubra os melhores objetivos para seu perfil.

Augusto Andréa

Augusto Andréa

Mestre em economia pela UFRJ com graduação pela PUC-Rio e MBA em Gestão de Investimentos.