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Por que entrar em IPOs?

por Marcos Moore

No segundo semestre de 2020, dezenas de empresas planejaram os seus IPOs. Mas o que é um IPO? Vale a pena entrar? E como participar? Essas são as dúvidas que irei abordar neste artigo, voltado para quem deseja participar deste momento de transformação no mercado de investimentos no Brasil.

IPO significa Initial Public Offering, em inglês, ou oferta pública inicial. Acontece quando uma empresa quer promover seu crescimento de forma mais rápida e opta por captar dinheiro no mercado ao invés de pegar dinheiro emprestado em bancos ou acessar outro tipo de crédito. A empresa, portanto, abre seu capital, possibilitando a entrada de muitos outros sócios, não importando o tamanho. No primeiro momento em que a empresa vende suas ações na Bolsa de Valores, o dinheiro obtido vai diretamente para o caixa da empresa, financiando sua expansão.

A vantagem para os fundadores da empresa é poder rentabilizar o que eles criaram. Além disso, a empresa ganha status, credibilidade, mostra que alcançou um elevado grau de governança e transparência.

A parte ruim é que é um processo complexo. A empresa passa a ter diversas obrigações impostas pelos reguladores do mercado de ações e precisa adequar os processos internos.

Agora que já sabe do que se trata um IPO, vamos falar sobre como participar.

Como disse anteriormente, um IPO é aberto para qualquer investidor. Basta ter conta em uma corretora de valores ou banco. A instituição informa os valores máximos e mínimos para a compra das ações (intervalo de preços), qual o tamanho da oferta, entre outros detalhes do IPO. Em seguida, o investidor precisa fazer uma reserva das ações, registrando qual o preço máximo aceita pagar e quanto deseja investir. Pode fazer direto pelo site das corretoras ou pelo assessor de investimentos.

Após a reserva é definido o bookbuilding, que é o valor das ações no lançamento. O investidor conseguirá entrar no IPO se o preço definido por ele for igual ou maior que o preço do bookbuilding. Se for mais baixo, ficará de fora do IPO.

Exemplos:

1 - Investidor define entrar pagando o máximo de R$ 10 pela ação. O bookbuilding estipula em R$ 12. Resultado: o investidor ficará de fora.

2 - Investidor define o máximo de R$ 13 pela ação. O bookbuilding estipula em R$ 12. Resultado: o investidor participará, pagando R$ 12 pela ação.

Assim que acabar o processo de reserva, o investidor que conseguiu participar do processo terá que deixar uma garantia em dinheiro, ações que possui ou títulos públicos.

E vale a pena participar?

Em boa parte das vezes, o preço na abertura do primeiro dia de negociação já abre acima do estipulado no bookbuilding. A ação pode se valorizar ainda mais nos dias ou semanas seguintes. Claro que a qualidade da empresa, o setor, o preço do bookbuilding e o momento do mercado influenciam no sucesso ou no fracasso da estratégia. Algumas estatísticas apontam que as ações de um IPO tendem a valorizar entre três e seis meses seguintes à abertura. Mas estamos aqui falando de renda variável, portanto o resultado é incerto. Não reserve um valor grande demais e esteja preparado para eventuais perdas.

O que pode acontecer é o rateio. Quando a procura é grande, o investidor pode ficar só com uma parte do que solicitou na reserva. Pode solicitar 1.000 ações e só receber 200 ações, por exemplo.

No primeiro dia de negociação, aquelas ações passarão a ser suas, podendo continuar com elas ou vendê-las quando quiser. Quando o investidor resolve se desfazer das ações logo no primeiro dia, diz-se que ele “flipou”. A “flipagem” nada mais é que um movimento de especulação buscando ganhos rápidos. Se não houve valorização no primeiro dia de negociação, o investidor pode continuar com as ações ou zerar e arcar com o prejuízo. Lembrando que qualquer investidor, mesmo que não tenha feito reserva, poderá comprar a ação a partir do primeiro dia em que ela for negociada.

E como saber em quais IPOs entrar?

As casas de análise independentes e áreas de research das corretoras cobrem os IPOs. Eles entendem do negócio, conversam com os gestores e com grandes investidores institucionais para entender se a procura pelas ações tende a ser pequena ou grande. Não basta a empresa ter resultados convincentes, o preço inicial fixado também é importante. Os institucionais podem considerar a empresa boa, promissora, mas o preço ser fixado alto, pouco atrativo.

Alguns investidores simplesmente entram em todos os IPOs. Jogam com as estatísticas. Mesmo que alguns IPOs sejam ruins, a maioria que dá lucro compensa o risco. É importante estabelecer um “stop” de perda se o preço do ativo cair além do planejado.

Seja para especular ou acompanhar a valorização do ativo por anos, entrar em IPOs é uma das estratégias mais difundidas em renda variável. Se tiver o cuidado na escolha das aberturas de capital ou a disciplina de entrar em todos e “stopar” os que derem errado, a chance de ter sucesso no longo prazo é enorme.

E não se esqueça de contar com a ajuda do seu assessor de investimentos, que pode informar sobre quais IPOs estão disponíveis e as condições de cada um. Pode também ajudar na operacionalização e acompanhamento do processo de reserva do IPO, e até encaminhar análises das corretoras ou casas especializadas.

Bons investimentos!

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Marcos Moore

Marcos Moore

Marcos Moore é trader desde 2004, empresário e foi sócio-diretor da XP Educação. É também autor de livros sobre o mercado financeiro.