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Planejamento financeiro nas crises

por Marcos Moore

A humanidade passa por um dos períodos mais conturbados da história. O Covid-19 vem infectando e matando milhares de pessoas pelo mundo, sem muita distinção entre pobres e ricos. Claro que os desassistidos serão muito mais impactados pela pandemia por viverem em condições precárias de infraestrutura e pouco acesso a bons médicos e hospitais. Mas as economias dos países entrarão em recessão, empregos serão perdidos e o mundo não sairá desse isolamento social do mesmo jeito que entrou. A crise passará, mas o modo de vida de muita gente mudará drasticamente.

Independentemente de ser empresário, empregado ou profissional liberal, ter uma reserva financeira de emergência é essencial, mas não apenas para sobreviver nas crises que afetam economias. Falo também de imprevistos mais usuais, como uma perda de emprego ou doença. Qualquer evento negativo comprometerá a sua qualidade de vida no momento e sua aposentadoria futura. Terá perda de poder de consumo, com suas consequências na vida profissional e pessoal.

Um outro ponto é que você pode precisar recorrer a uma reserva de dinheiro em outras situações. Uma viagem para se capacitar profissionalmente, uma mudança de área de atuação, um projeto pessoal saindo do papel. Do contrário, terá que recorrer a empréstimos ou engavetar a ideia.

Então, vamos aproveitar a crise, inesperada, mas que serve para repensarmos as finanças pessoais. É, em teoria, simples. Apenas uma questão matemática.

Se o que ganho é maior do que eu gasto, consigo juntar dinheiro para investir e ir aumentando aos poucos meu patrimônio. Temos um modelo superavitário.

Se os ganhos são iguais às despesas, quer dizer, se o dinheiro que recebe mal dá para pagar os gastos da família, luz amarela está acesa. É preciso cortar gastos que não são essenciais ou aumentar a receita da casa.

Se os gastos são maiores que seus rendimentos, quebrar é apenas uma questão de tempo. Vai entrar do cheque especial, parcelamento da dívida do cartão de crédito e possivelmente nunca mais sairá desta roda viva.

Vamos dividir em duas formas de equacionar seu plano financeiro: gastar menos e ganhar mais!

Gaste com sabedoria

Busque qualidade de consumo. É listar o que realmente é essencial ou lhe dá prazer e eliminar ou diminuir os supérfluos. Não é para parar de consumir, divertir-se, sair. É buscar onde estão os ladrõezinhos de dinheiro, que não rendem nenhum prazer especial, mas tomam seu dinheiro pouco a pouco.

Precisa de tantos canais por assinatura? Precisa usar o último Iphone, comprar roupas todo mês ou fazer compras de mês na mercearia perto de casa, onde as coisas são muito mais caras? Sair para comer é, sem dúvida, um super programa, mas, se diminuir a frequência, começará a sobrar mais dinheiro. Lembre-se de que não dá para querer muito hoje e muito lá na frente também, a não ser que sua remuneração seja alta o bastante para não precisar fazer escolhas.

Aumente seus rendimentos

Negociar um aumento de salário, aumentar a carga de trabalho, caso ganhe por hora trabalhada, são alguns caminhos. Também vale pensar em um trabalho extra, como dar aulas on-line de algo que domina, fazer bolos e doces, colocar o imóvel para alugar, ser motorista de Uber etc. Qualquer ideia de receita complementar à sua atual remuneração lhe ajudará a ter um modelo em que, além de pagar contas e viver, fará você economizar para investir em seguida.

Busque o que o motiva a trabalhar mais, a abrir mão um pouco do seu tempo livre para aumentar os rendimentos, pensando lá na frente. Descubra o que lhe faz desejar mais. Existe um sinônimo para motivação que é “propósito”. Com propósito, o caminho fica mais suave. Se torna mais claro onde se quer chegar e que preço devemos pagar para chegar lá.

Invista bem

Em primeiro lugar, saiba qual é o seu perfil de risco. Muita gente, de olho na alta da Bolsa de valores dos últimos anos, investiu em renda variável, mas não estava preparado para eventuais perdas. Ok, as quedas foram de uma intensidade nunca vista, nem mesmo nas crises de 1929 ou 2008, mas as ações podem oscilar de forma negativa e muitos investidores não pesaram esse fato. Não dá para ser arrojado nos ganhos e conservador nos momentos de perdas. A partir daí, busque ajuda de profissionais que lhe auxiliem, pense no longo prazo e deixe o dinheiro trabalhar por você!

Descubra os melhores objetivos para seu perfil.

Marcos Moore

Marcos Moore

Marcos Moore é trader desde 2004, empresário e foi sócio-diretor da XP Educação. É também autor de livros sobre o mercado financeiro.