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O que fazer com juros negativos

por Marcos Moore

Há um ano, o Banco Central definia, até então, a menor taxa de juros da história brasileira: 6% ao ano. Na última reunião do Copom, a taxa foi confirmada em 2% ao ano. Nunca os brasileiros tiveram que lidar com uma taxa tão baixa. A taxa de juros real (descontando a inflação) tornou-se negativa. E o que fazer agora com este novo normal?

Em 2016, essa mesma taxa era de 14,25%. Um CDB de 120% do CDI, gerava um retorno de 17% ao ano, por exemplo. Criou-se, portanto, um vício: a renda fixa deveria pagar, no mínimo, 1% ao mês. Dessa forma, os brasileiros se acostumaram com os ganhos fáceis dos produtos de renda fixa.

Por que tomar risco, investindo em ações, se era possível retornos de 1% ao mês, com risco praticamente zero? Realmente, fazia pouco sentido. Em um país de 200 milhões de habitantes, apenas 600 mil investiam na Bolsa. Um número baixíssimo, mesmo considerando somente os que possuem algum tipo de investimento.

Mas o jogo mudou. E o investidor precisa mudar junto. Precisamos colocar na cabeça que a farra dos juros altos não voltará. É necessário buscar mais conhecimento ou a ajuda de um assessor de investimentos ou de um consultor financeiro para readequar sua carteira. Os 600 mil investidores em Bolsa devem chegar em 3 milhões ao final de 2020; sinal de que os investidores já começaram a perceber o novo cenário.

Quem quiser maiores ganhos terá que tomar mais risco. É assim fora do país. Americanos, europeus e asiáticos têm familiaridade maior com investimento em ações. Um investidor conservador/moderado nos EUA tem cerca de 30% do seu portfólio de investimentos em ações. E isso acontece porque a taxa de juros lá é próxima de zero.

Por aqui, mais de 80% das pessoas que investem optaram pela caderneta de poupança, que tem rendimento real negativo. Isso quer dizer que o ganho real não cobre nem a inflação. A poupança paga 70% do CDI, um indexador que anda colado com a Selic.

E para quem não gosta da ideia de investir em ações por causa do risco há alguns caminhos.

Lembro que há, basicamente, três perfis: conservador, moderado e agressivo. Se você é conservador, não queime etapas. Sair da renda fixa e ir direto para ações pode ser radical demais. Opte por um fundo multimercado, mais agressivo que a renda fixa, porém menos arriscado que ações. Se tem um perfil moderado, talvez seja hora de aumentar sua posição em ações. Isso vale também para os agressivos, que podem buscar outras opções, como ações no exterior ou operações estruturadas.

Para os conservadores, com pouco apetite ao risco, é possível buscar produtos de renda fixa com maior rentabilidade.

Olhe a lista abaixo:

  • CDB Caruana (3 anos) – Rentabilidade: 6,1% a.a;
  • CDB BMG (5 anos) – Rentabilidade: 7,55% a.a;
  • CDB BS2 (6 anos) – Rentabilidade: 7,95% a.a;
  • CDB BMG (7 anos) – Rentabilidade: 8,25% a.a.

Bancos emissores com um pouco mais de risco de crédito pagam melhores retornos para poder captar mais recursos. Mas não se preocupe com esses emissores. Existe a cobertura do Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Um outro caminho é trabalhar com prazos mais longos, que pagam melhor. Se pode imobilizar o capital por vários anos, ótimo.

Então, é isso: esqueça o passado e foque no presente e no futuro. Conte com a ajuda de profissionais do mercado para montar a sua carteira de investimentos, que seja alinhada com o seu perfil e com o novo cenário brasileiro; e sem medo de bolsa de valores. Grandes fortunas foram construídas nesse ambiente, onde as maiores e as melhores empresas de capital aberto lhe oferecem a chance de se tornar sócio delas.

Ótimos investimentos!

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Marcos Moore

Marcos Moore

Marcos Moore é trader desde 2004, empresário e foi sócio-diretor da XP Educação. É também autor de livros sobre o mercado financeiro.