De acordo com estudos, a segunda maior causa de separações de casais é o dinheiro. Em primeiro lugar, está a traição. Aquele ideal “basta amor e uma casinha de sapê” só funciona em música e verso. Ou na hora dos votos na frente do padre que pronuncia aquela frase “na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza...”. Nenhuma relação dura ou, ao menos, se mantém saudável se o dinheiro for problema dentro da vida do casal.
A ideia deste artigo é provocar uma DR (Discussão de Relacionamento). Problemas financeiros da família só são resolvidos com o comprometimento das partes e muita conversa. Se o casal não estiver alinhado nessa questão, será difícil manter o casamento sem brigas.
Quem nunca discutiu com o parceiro ou parceira sobre dinheiro? São muitos os motivos que podem disparar esse conflito. Pode até não ser falta de dinheiro, mas um descompasso entre o casal em relação às finanças da casa. E só para apimentar a relação trago aqui a primeira provocada: “você sabe quanto o seu parceiro ou parceira ganha?”. Se não sabe, acenda a luz amarela.
A discussão do casal passa pelos desejos de consumo, objetivos que não são, necessariamente, os mesmos para o casal. Achar uma alma gêmea financeira é muito improvável. Na verdade, o mais comum é que o assunto dinheiro seja um tabu entre os casais. O próprio salário do outro é um mistério em muitas relações. Para onde o dinheiro, vai é um segredo maior ainda.
São várias situações:
- Um é poupador e outro é gastador. Quem economiza reclama dos gastos em excesso do “mão aberta”. Acusações de compras sem sentido e falta de preocupação com o futuro agitam a rotina do casal.
- Um é o financista, adora planilhas e apps de controle de orçamento pessoal, já o outro não sabe quanto gastou nem tampouco com o que gastou no dia. O fato de um possuir mais habilidades financeiras não anula a participação do outro no controle das finanças.
- Um ganha mais que o outro. O lógico, em teoria, seria usar a regra da proporcionalidade. Quem ganha mais contribui com mais. Mas, na prática, sempre rolam as pressões de quem se sente injustiçado. Quando um trabalha e o outro toma conta da casa, isso fica ainda mais evidente. Imagine ser a parte que não tem salário e que precisa pedir dinheiro para o outro?
- Os dois ganham de forma parecida. Se a renda é a mesma, fica mais fácil. Ambos podem contribuir de forma igual com as despesas da casa. Às vezes, surge outro problema: eles têm rendimentos parecidos, mas gastam de forma desequilibrada. Um quer trocar de carro todo ano ou comprar roupas caras, enquanto o outro tem gastos modestos.
- O casal se entende em relação aos gastos, mas não nos investimentos. Um é agressivo e o outro é conservador. Tudo vai bem enquanto as aplicações rendem lucros, mas, quando dá errado, fica a mágoa de quem recomendou uma alocação de recursos mais segura.
Algumas sugestões para eliminar ou, ao menos, reduzir as discussões sobre o assunto:
Este é meu e este é nosso
Liberdade individual é a chave. O casal pode definir um valor para cada um gastar por mês com o que quiser e outro valor para contribuir com a caixinha da casa. Dentro da caixinha da casa, não se esqueça dos investimentos, aquilo que garantirá a aposentadoria tranquila, cercados de netos e filhos, quem sabe. Metas individuais geram atritos. Se o homem economiza para comprar um carro novo e a mulher se preocupa em economizar para a faculdade dos filhos, haverá conflito.
Planilha de gastos sempre compartilhada
Excel no celular é simples, mas pode ser também um aplicativo. O importante é o ritmo de registros dos gastos ser parecido. Se um atualiza quase que “on time” e o outro só faz sob ameaças, claro que haverá briga. Com as despesas planilhadas, fica mais fácil definir o que é prioridade e o que cortar. Se quiser algo mais completo, registre as receitas também.
Reservas
Reserve uma parcela para emergências e uma para as escapadas. As emergências dizem respeito a doenças, um conserto ou outro imprevisto. Uma guinada na vida profissional, com a natural queda na receita, pode ser enquadrada dentro de reservas.
Deixar clara a relação
Qual o regime de casamento? Comunhão de bens total? Parcial? O dinheiro é um só ou cada um cuida de algumas contas/pagamentos? Conta conjunta ou separada? São assuntos delicados, mas fundamentais. Definir a relação ajuda não só em caso de morte ou separação, mas para estipular os papéis e as responsabilidades financeiras de cada um.
Por fim...
Conversar é o caminho para que o casal encontre o equilíbrio entre as necessidades individuais, os prazeres de curto prazo que a vida oferece e a busca por um futuro confortável. Um plano financeiro bem traçado, bem acordado, gera benefícios incríveis nas finanças e no amor.
Ótimos investimentos!
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