Como é que pode?
A primeira dúvida que vem à mente de quem se depara com o COE pela primeira vez é: como é possível garantir o principal mesmo que o ativo referenciado caia de preço?
Isso é possível por causa do uso de derivativos, instrumentos financeiros muito utilizados no mundo todo para operações de hedge e também alavancagem de posições. Com eles, é possível limitar quedas e potencializar ganhos.
E, para fazer isso, é necessário um verdadeiro trabalho de engenharia financeira para que a estratégia do COE possa cumprir o que promete.
Por exemplo, digamos que você invista R$ 100 mil em um COE com capital protegido em 100% e prazo de 5 anos, mas que esteja atrelado a uma determinada ação. Se a ação subir, você ganha um determinado cupom e, se cair, você recebe de volta seus R$ 100 mil sem perder um único centavo.
A ideia é bastante atraente. Afinal, se você tivesse investido naquela ação que caiu, teria perdido dinheiro.
A estratégia por trás desse mecanismo é a seguinte: o gestor aplica parte do seu capital em ativos seguros de renda fixa, que, aplicados pelo prazo do COE, resultarão em R$ 100 mil.
Nesse exemplo, o gestor do fundo aplicará R$ 80 mil por 5 anos em um ativo de renda fixa que ofereça um rendimento líquido de 4,56% a.a. Isso resultará em R$ 100 mil no final do período.
Os restantes R$ 20 mil aplicará em Opções sobre as ações utilizadas como referência naquele COE. Se, ao final de 5 anos, as ações se valorizarem, parte daquela valorização será paga ao investidor na forma de um cupom de juros; caso as ações caiam de preço, estarão protegidas por essas mesmas Opções.
Essas operações que envolvem o uso de derivativos, como as Opções, são chamadas de Operações Estruturadas. E é a partir daí que surgiu o nome de COE – Certificado de Operações Estruturadas.
Entendido o funcionamento de um COE, agora a segunda dúvida: como escolher o COE ideal?
Bem, a resposta a essa pergunta dependerá de uma série de fatores como qualquer escolha que fazemos no mercado financeiro.
Sua escolha deverá atender a sua estratégia, seu perfil de tolerância a risco, além de critérios objetivos para segurança, rentabilidade e liquidez.
Como você já deve ter percebido quando viu de que forma um COE é estruturado, a pouca liquidez é necessária para que os instrumentos envolvidos tenham tempo de funcionar. Assim, você encontrará investimentos em COE com diversos prazos de resgate, desde os mais longos até aqueles que poderão ser liquidados em poucos meses, como é o caso dos COE autocallable vistos na aula anterior.
Por ser um instrumento que oferece um risco maior em relação aos ativos de renda fixa, você poderá esperar uma rentabilidade significativamente maior. Essa característica favorece investidores que estão acostumados à renda fixa, mas desejam potencializar seus ganhos caso o mercado vá a seu favor.
Em relação à segurança, o risco do investidor é completamente eliminado nos COE, uma vez que são utilizadas estratégias de engenharia financeira para proteger seu capital inicial.
Portanto, o COE é um dos mais eficientes produtos de investimento que melhora, para o investidor, o equilíbrio entre segurança, liquidez e rentabilidade.
E agora que você conhece os diversos tipos de COE, poderá escolher um – ou mais de um – que atendam sua estratégia de longo prazo ao mesmo tempo em que combinem com seu perfil como investidor.
Encontre as melhores maneiras de conquistar seus objetivos de investimentos.