Montando a sua carteira
A montagem de uma carteira de investimento em ações, apesar de um pouco trabalhosa, traz muitas compensações financeiras ao investidor. A primeira delas é que, apesar do risco intrínseco de cada ação individualmente, ele poderá ser mitigado por meio da diversificação.
Imagine que você monte uma carteira de investimento com 10 papéis.
A primeira regra da diversificação é procurar não concentrar todos os papéis em poucos setores. O ideal é distribuir suas ações por setores distintos, para que uma eventual queda em um dos papéis seja compensada pela alta de outro. Assim, é importante você mesclar sua carteira para que o risco de queda em um setor particular não afete todo o seu patrimônio.
Digamos então que uma das ações apresente uma queda importante. Em uma carteira contendo 10 papéis de setores distintos, aquela queda afetará apenas uma pequena parte de 10% de sua carteira total – uma queda suportável e que, com o tempo, será compensada com a alta dos outros papéis.
Você pode montar uma carteira de crescimento, em que o objetivo é a valorização do seu patrimônio, ou uma carteira de dividendos, em que o objetivo é obter uma renda passiva estável.
De um modo geral, as empresas que pagam muitos dividendos são empresas que crescem pouco. E isso ocorre porque, eventualmente, já alcançaram um grau de maturidade e tamanho no mercado em que o espaço para o crescimento é menor; ou então possuem limitações para crescer, como é o caso de muitas concessionárias.
Então, essas empresas distribuirão a maior parte do lucro a seus acionistas.
Já as empresas que têm bastante espaço para crescer em seu mercado utilizarão a maior parte do lucro para reinvestir no negócio e continuar crescendo. Com o crescimento, vem mais faturamento; e, quanto maior o faturamento, maior o lucro.
A partir daí, você já começa a formar uma boa ideia sobre como combinar as ações de sua carteira com seus objetivos financeiros.
Para selecionar cada empresa individualmente, você poderá contar com a análise fundamentalista, que inicia pela análise de cada setor da economia para saber onde e quando investir.
Como regra geral, uma boa empresa é aquela que mantém um histórico de lucros constantes e crescentes, crescimento e dívida equilibrada. É isso que você deve buscar em uma empresa. Pense como sócio, você sempre procurará ser proprietário de empresas bem administradas, com um bom mercado para crescer e com histórico de gestão competente.
Na hora de fazer sua análise, conte sempre com os indicadores fundamentalistas, que poderão ajudar a entender como está a gestão da empresa.
Mas não basta olhar apenas os indicadores como os que você viu na aula. Veja também o histórico desses indicadores ao longo do tempo. Eles são todos extraídos de três documentos contábeis importantes:
- Balanço;
- DRE – Demonstração dos Resultados do Exercício;
- Fluxo de Caixa.
Feitas as análises e selecionados os papéis, você deverá escolher o melhor momento para comprá-los.
Como você já deve ter percebido, os preços flutuam ao longo do tempo, desenhando um padrão de altas e baixas no gráfico.
Sua tarefa será utilizar elementos de análise técnica para detectar os momentos de baixa, quando a ação se desvaloriza, para comprar.
Note que não é porque a ação se desvaloriza que a empresa piorou. Na totalidade das vezes, se a empresa é boa, bem administrada e tem ótimos fundamentos, essas baixas de preço podem ser consideradas como oportunidades.
Pense naquele seu tênis de marca. Não é porque ele está em promoção da loja que ficou um tênis ruim – ele continua bom, só está em promoção.
Dessa forma, se você fizer um programa de compras frequente e for adquirindo papéis aos poucos, em um bom preço, construirá uma carteira segura, estável e com risco mitigado pela diversificação.
Como os fundamentos de uma empresa não mudam do dia para a noite, a manutenção de sua carteira de ações poderá ser feita espaçadamente. A cada 3 ou 6 meses, você deverá revisar sua análise, verificar se os fundamentos que justificaram aquela aquisição permanecem os mesmos e efetuar eventuais pequenos ajustes.
Lembre-se: uma carteira de ações é sempre um investimento de prazos maiores. Você poderá usufruir de bons ganhos de capital e de uma renda passiva que, depois de algumas décadas, poderá significar uma confortável aposentadoria.
Encontre as melhores maneiras de conquistar seus objetivos de investimentos.